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21 relógios famosos ao redor do mundo – Parte 1

É claro que eles também servem para marcar as horas, mas os relógios mais famosos do mundo também servem para ficarem marcados na memória de quem os visita. Imponentes, antigos, modernos… Tem pra todos os gostos! Conheça 10 deles agora e mais 11 na parte dois deste artigo.

O maior relógio do mundo – Meca

O maior do mundo é também o mais jovem dessa lista. Este relógio gigante foi construído em 2010, em um arranha-céu da cidade islâmica. Ele já nasceu com ares de sagrado, pois foi inaugurado em pleno Ramadã, mês em que os muçulmanos jejuam.

O relógio de Meca é extraoficialmente reconhecido como o maior do mundo, mas ao menos para os muçulmanos de todo o mundo ele é, certamente, o mais importante. Ele possui quatro faces com mais de 43 metros de diâmetro cada.

Ele também está alocado no segundo maior prédio do mundo, a mais de 400 metros de altura. Lá do topo consegue-se enxergar a mesquita da cidade sagrada, para a qual os muçulmanos se voltam cinco vezes por dia para fazerem suas orações.

Compondo o acabamento do relógio, foram instaladas quase 100 milhões de pequenas peças de vidro, formando belíssimos mosaicos e uma inscrição onde se lê o nome de Deus em árabe: “Alá”.

A posição privilegiada, os adornos, as quatro faces e as grandes dimensões do relógio também fazem com que ele possa ser avistado de todas as regiões da cidade. O “relógio sagrado”, como vem sendo chamado, foi uma iniciativa do rei Abdullah bin Abdulaziz Al-Saud.

A torre dos ventos – Atenas

O Horológio de Andrônico é uma torre octogonal de mármore que foi construída na ágora de Atenas por volta do ano 50 a.C. Ela ganhou o nome de seu provável construtor: Andrônico de Cirro.

Com doze metros de largura ela parece uma simples torre, sem muitos atrativos, mas possui um passado exuberante. Antigamente ela ostentava uma estátua do deus Tritão que indicava a direção dos ventos, o que lhe rendeu o apelido de Torre dos Ventos.

Como essa era sua função original, ela também era adornada, em suas oito faces, com desenhos em alto relevo das oito divindades gregas relacionadas aos ventos: Bóreas ao norte, Kaikias ao nordeste, Eurus ao leste, Apeliotes ao sudeste, Noto ao sul, Lips ao sudoeste, Zéfiro a oeste e Siroco ao noroeste.

Quando o cristianismo se tornou a religião oficial da região, uma igreja bizantina foi construída ali perto e a torre foi transformada em campanário. Mais tarde, ela foi parcialmente destruída por um incêndio.

A famosa torre foi descoberta por arqueólogos somente no século XIX, que em suas escavações descobriram a estrutura enterrada. 

Mas, então, porque a torre figura em uma lista de relógios famosos? É que, segundo as descobertas arqueológicas, no interior da torre havia uma clepsidra, um relógio de água arcaico, que funcionava com água vinda diretamente da acrópole.

Relógio do “Big Ben” – Londres

Palácio de Westminster, Elizabeth Tower, Big Ben. Estes três nomes icônicos de Londres têm relação com o mesmo local. E você sabe qual deles se refere a um dos relógios mais famosos do mundo?

Se você respondeu Big Ben, infelizmente errou! Muita gente acredita que este é o nome do relógio mais famoso da Europa. Mas, na verdade, nem mesmo a torre tem este nome. Desde que o relógio foi instalado, em 1859, ela se chamava, simplesmente, Torre do Relógio. Até que, em 2012, ela passou a ser chamada de Elizabeth Tower, em homenagem aos 60 anos de reinado da rainha Elizabeth II.

O relógio situado no alto da torre tem o formato clássico, com quatro faces de 7 metros de diâmetro, que podem ser vistas de diversos pontos da capital inglesa, tornando-o um de seus símbolos mais marcantes. Quando você for visitar o ponto turístico, experimente observá-lo à noite. A iluminação, em contraste com o céu londrino, é exuberante.

Note também as peças de opala que decoram as faces do relógio, e a inscrição em latim Domine salvam fac reginam nostram victoriam primam (“Deus salve a nossa rainha Vitória I”). Ah! E pode chamá-lo de Big Ben, se quiser. Todo mundo chama!

Mas, afinal, o que realmente é o Big Ben? Pasme! É o nome do sino instalado no Palácio de Westminster, onde também fica o relógio. Trata-se de uma homenagem ao Sir Benjamin Hall que, dizem, era corpulento como um sino, e por isso tinha esse apelido (Grande Ben),

O relógio mais antigo das américas – Comayagua

O que é, o que é? É preto e branco e tem forma circular. A resposta pode ser: o relógio mais antigo de todo o continente americano! Ele fica na catedral de Comaguya, em Honduras, em uma torre ao lado esquerdo.

É preciso descrever bem sua localização, pois sem isso ele pode passar despercebido. A discrição deste que é um dos relógios mais antigos do mundo contrasta com sua rica história.

De origem árabe, ele foi construído por volta do ano 1300 e levado pelos Mouros ao palácio de Alhambra, na cidade de Granada, na Espanha. Conta-se que lá por 1600 o relógio foi doado ao bispo Jerônimo de Corella, quando ele estava prestes a viajar para Honduras.

O presente teria sido dado pelo próprio rei Felipe III (ou pelo Duque de Cocentaina, segundo algumas versões). E foi assim que o continente americano recebeu seu primeiro relógio, pelo menos segundo os hondurenhos. Tão antigo que ainda ostentava o número 4 como IIII em vez de IV. Mas isso é uma outra história…

Um relógio famoso por engano – Arusha

Arusha é uma cidade da Tanzânia muito conhecida por ser passagem obrigatória para os famosos safáris no Serengeti ou para subir o Kilimanjaro. Por esses dois motivos, o fluxo de turistas na cidade é intenso. Não tem como não esbarrar em alguém tentando vender algo.

No coração da cidade, uma pequena torre chama a atenção. Localizada em meio a bancos, cafés, companhias telefônicas e agências de turismo, ela provavelmente seria ignorada, não fosse uma história que se conta sobre ela.

Espalhou-se que a Torre do Relógio de Arusha marca a divisa entre a cidade do Cairo e a Cidade do Cabo, exatamente no meio dos dois terminais do Império Britânico no continente africano.

O equívoco já foi esclarecido. O verdadeiro ponto médio fica no centro do Congo. Mas a “lenda” continua sendo contada pelos motoristas de Dalla Dalla (vans de transporte público) que levam os turistas pelas ruas de Arusha. São eles que mantém viva a fama do relógio, fazendo-o merecer figurar em nossa lista!

Um entre muitos – Paris

O que não falta em Paris são relógios. Aliás, como em qualquer grande cidade da Europa. Mas a ilha de la Cité abriga o relógio público mais antigo da capital francesa. Ele fica no antigo  “Palais de la Cité” (Palácio da cidade), construído durante o reinado de João II.

O pequeno castelo, na verdade uma torre com grossas paredes de pedra, foi residência real e também tinha a função de servir de ponto de observação do rio Sena, transformando-se mais tarde em palácio de justiça.

E foi nessa fase da torre, m 1371, que o rei Carlos V encomendou ao relojoeiro Henri de Vic o relógio que viria a ser ostentado em sua parede. Mas, primeiro, ele ficou do lado de dentro do castelo.

Foi só em 1418 que a prefeitura de Paris ordenou que o relógio fosse colado na parede externa da torre, para que a população pudesse marcar seus compromissos com mais precisão, sem riscos de atrasos. Uma verdadeira ação de utilidade pública.

Saltando alguns séculos na História, chegamos a 2012, ano em que o relógio foi restaurado. Está tudo lá, do jeito que sempre foi: um fundo azul com detalhes em ouro, onde se vê belas flores-de-lis, símbolos da monarquia francesa, além de duas gravuras que simbolizam a justiça e a lei, heranças do palácio da justiça.

O relógio astronômico – Praga

O ponto turístico mais visitado da capital tcheca é um relógio! O instrumento medieval fica perto da praça central da parte velha de Praga. Datado de 1410, o relógio astronômico é o terceiro mais antigo do mundo deste tipo (construído  no século XIV), mas o único que ainda funciona.

Diariamente são 24 verdadeiros shows, pois a cada hora os turistas se reúnem em frente ao relógio para vê-lo “ganhar vida”, com estátuas mecânicas que surgem se movimentando, para o deleite do público.

Além das figuras dos 12 apóstolos, quatro outros personagens aparecem: a morte, o turco, a vaidade e o andarilho. Além deles, o primeiro quadrante do relógio astronômico é adornado com figuras do céu e da terra em diferentes fases do dia, do nascer ao pôr do sol.

O relógio ainda possui outras simbologias, como um anel com os 12 signos do zodíaco. Ele também mostra dois horários diferentes: a hora de praga, com números romanos, e a hora da Boêmia, com números arábicos.

As fases do movimento da Lua também são representadas, e abaixo do mostrador do relógio há um calendário com doze medalhões que representam cada um dos meses do ano.

Outro relógio astronômico – Estrasburgo

A antiga Catedral de Estrasburgo passou por uma reforma concluída no ano de 1842. Com ela, também ocorreu a restauração do relógio, com uma caixa de 18 metros, sobre uma base de 4 metros de altura.

A beleza da peça chama a atenção dos visitantes da Catedral, com sua decoração composta de pinturas intrincadas e estátuas de madeira. Aliás, essas estátuas também se movem, ativadas pelas engrenagens do relógio.

São quatro figuras: uma criança, um  adulto, um velho e um anjo que, assim como as estátuas do relógio de Praga, também surgem de hora em hora, golpeando um sino. Nele também surgem os 12 apóstolos, mas apenas uma vez por dia, ao meio-dia, juntamente com o próprio Cristo, sob o canto de um galo.

O relógio de Estrasburgo também indica os dias da semana, e no centro de sua face está a Terra sobre um mapa celeste com cerca de 5 mil estrelas, representando seu movimento ao redor do planeta.

Torre da Piazza San Marco – Veneza

Símbolo do período renascentista italiano, quando figuraram grandes mestres das artes como Leonardo da Vinci e Michelangelo, o relógio da praça de São Marcos, em Veneza, resistiu ao tempo e às intempéries, mas não sem necessitar de diversas reformas.

Como peça de grande importância histórica e artística, nunca se pouparam esforços para mantê-lo em funcionamento. Em seu topo ele ostenta a estátua da mãe de Jesus, segurando seu rebento. De cada um de seus lados estão painéis que mostram as horas, à esquerda, e os minutos, à direita. Um carrossel de estátuas é acionado em dias festivos.

Qualquer pessoa que passa por Veneza se encanta com o belíssimo relógio azul e dourado, com aspecto de novo depois de ser submetido a inúmeras restaurações.Os detalhes em ouro são o grande destaque do instrumento, emoldurados por uma peça de mármore, onde também estão esculpidos os algarismos romanos que representam as horas.

Resquício da revolução – Moscou

O Kremlin, sede do governo da extinta União Soviética, é uma edificação de origem imperial. Suas torres foram construídas no século XV, e em duas delas foram instalados relógios.

A chamada Torre da Trindade, localizada na muralha oeste, tem vista para o Jardim de Alexandre e uma passagem no meio, fazendo o papel de portal. Construída entre 1495 e 1499 pelo arquiteto italiano Aloisio da Milano, ela abrigou uma prisão durante dois séculos.

Um relógio adornava o topo da torre até o século XVII. Mas, devido a sucessivos ataques e invasões de outros países, a estrutura foi sendo modificada ao longo do tempo, inclusive para portar armas pesadas. Em 1935 os soviéticos instalaram, no mesmo lugar onde ficava o relógio, uma estrela vermelha, símbolo do comunismo que vigorava no país.

Porém, outra torre, a principal, localizada na muralha leste do Kremlin, também ganhou um relógio. Ele foi projetado pelo arquiteto italiano Pietro Solari, em 1491. Ao contrário do seu “irmão”, este relógio está lá até hoje, bem de frente para a Praça Vermelha.

Em tempo: você já teve a oportunidade de conhecer algum desses relógios famosos? Pelo sim, pelo não, não deixe de conferir a segunda parte de nossa lista. Talvez você encontre algo familiar por lá![1] 


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