Você já parou para se perguntar por que existem tantos tipos de relógios? Como vivemos em um mundo regido pelo tempo, a pressa e a ansiedade recorrente dos horários a serem cumpridos pedem a presença dos relógios onde quer que estejamos. E para cada lugar ou situação existe um tipo mais adequado de relógio. Vamos conhecer alguns?
Para não se atrasar para um compromisso, um bom relógio de pulso pode ser bastante útil. Em uma fila de espera, um relógio de parede ajuda a controlar melhor o tempo que falta para o atendimento. Já para não perdermos a hora, um despertador se mostra como um bom amigo, apesar de indesejável.
Além de garantir a pontualidade, os relógios também se tornaram, especialmente em uma época dominada por smartphones, em ícones de estilo, design, decoração e moda. Isso só fez com que seu valor aumentasse ainda mais. Inclusive, hoje há um resgate de modelos e tipos de relógios que já estavam praticamente esquecidos.
Não foram poucas as formas com que a humanidade marcou a passagem do tempo, e cada relógio nos conta um pouco dessa história. Para saber um pouco mais sobre o fascinante mundo dos relógios, continue lendo este artigo!
O que é horologia?
Horologia é o estudo dos instrumentos de medição do tempo. Ao mesmo tempo ela é reconhecida como ciência e arte, por motivos óbvios. Claro que, quando falamos de instrumentos de medição de tempo, estamos falando de relógios.
A história da horologia é longa, e não são poucas as instituições dedicadas a esse tipo de estudo e preservação, como bibliotecas e museus especializados. O observatório de Greenwich, que marca o primeiro meridiano do planeta (longitude zero), é um exemplo. Outro é o Museu Internacional de Horologia, localizado em um país com grande tradição relojoeira e lar de muitos horologistas renomados: a Suíça.
Tipos de mecanismos de relógios
É através da horologia que podemos dividir e classificar os diferentes tipos de relógios. Na verdade essa é uma tarefa quase impossível, dada a extensa variedade de peças existentes ou que já existiram. Mas podemos resumir alguns tipos principais para fins de conhecimento.
Relógios mecânicos
Quando se pensa no trabalho de um relojoeiro, por mais que a tecnologia dos relógios tenha mudado bastante, ainda nos vem à mente um intrincado sistema de pequenas engrenagens douradas ou prateadas. Essa é a imagem clássica do mecanismo de funcionamento dos relógios.
Essa maquinaria baseia-se em pequenas rodas dentadas interconectadas, impulsionadas por uma mola ou pela ação de um pêndulo. A mola ou o peso são dotados de uma lingueta enrolada cujo movimento dá corda ao relógio.
A força inicial é transmitida a uma roda principal, a maior de todas, que engrena outra peça chamada carrete, uma peça cilíndrica onde está engatada uma segunda roda dentada. Esta se conecta a outro carrete, e assim por diante, até a última roda, chamada de escape.
O movimento é transmitido de forma sincronizada entre as peças até chegar aos ponteiros, movimentados de forma a mostrarem as horas, minutos e segundos. Existe também um engate especial que, quando acionado, permite girar livremente as engrenagens e, consequentemente, os ponteiros. Sua função é permitir acertar as horas.
O segredo de todo esse mecanismo é o tamanho de cada roda dentada. É esse diâmetro, milimetricamente calculado, que dará o compasso de funcionamento das engrenagens, fazendo com que um dos cilindros gire na revolução exata de uma hora, orientando o giro do ponteiro dos minutos. Por sua vez, outra engrenagem simples faz esse mesmo movimento ser reduzido em 12 vezes, conectando-se ao ponteiro das horas.
Relógios elétricos
Relógios nativos de alguns modelos de aparelhos de TV e alguns relógios de mesa ou de parede utilizam o sistema elétrico-sincrônico para funcionarem. Eles são dotados de um pequeno motor do tipo sincrônico, ou um microprocessador simples, no caso dos displays digitais.
Assim, o relógio funciona no mesmo ritmo da corrente alternada que alimenta o sistema. Como depende unicamente da frequência da rede elétrica, eles só funciona plenamente onde a corrente não sofre variações. É uma forma inteligente de repetir as indicações de tempo transmitidas pelas usinas de energia elétrica, mas que sofrem de muitas limitações.
Relógios de quartzo
Podemos definir o quartzo, de forma simplificada, como um micro pêndulo. Relógios que utilizam cristais de quartzo são cronômetros de grande precisão. Eles contam com um pedaço de quartzo que vibra de forma regular quando recebe a eletricidade das pilhas ou baterias, gerando uma frequência muito precisa.
Essa precisão conferiu aos relógios de quartzo o status de cronômetros. Um cronômetro não é apenas uma função do relógio. O termo também se refere a um certificado de alta precisão. Na Suíça, apenas relógios certificados pelo Contrôle Officiel Suisse des Chronomètres podem ser chamados de cronômetro.
Relógios atômicos
Você acha que é possível obter mais precisão do que a que é proporcionada pelo quartzo? A resposta é sim! Hoje, os mecanismos mais precisos de medição de tempo são os chamados relógios moleculares, popularmente conhecidos como relógios atômicos.
Sua concepção é baseada na emissão de radiação pelos átomos, mesmo princípio utilizado para a fabricação de bombas atômicas. Criado em 1954, inicialmente com utilização restrita a laboratórios, o relógio atômico também utiliza cristais de quartzo, mas o ritmo preciso das oscilações é usado para produzir uma onda eletromagnética que incide sobre átomos para produzir uma frequência altamente precisa. E essa frequência é usada como padrão universal de medida de tempo.
Variedade de relógios
A ciência da fabricação de relógios deu um grande salto por volta do século XV, principalmente na Alemanha e na França, mas também na Holanda e na Suíça. O mundo todo passou a acompanhar a produção artesanal de relógios, como demonstrações de perícia.
Jost Bürgi focou seus esforços no desenvolvimento de relógios surpreendentemente precisos para aquela época. A invenção do relógio mecânico, ocorrida anos antes, havia transformado drasticamente as técnicas de medição da passagem do tempo.
De processos lineares de medida que lembravam as antigas clepsidras e ampulhetas até movimentos oscilatórios, ganhou-se em precisão. Hoje ainda existem muitos tipos diferentes de relógios, mas os dispositivos modernos têm uma coisa em comum: todos eles utilizam o princípio da oscilação, seja de um pêndulo ou de um cristal de quartzo.
Apesar de variarem bastante, todos os relógios que se baseiam na oscilação, sejam mecânicos, digitais ou atômicos, funcionam de forma bem parecida. Todos consistem em um objeto que repete o mesmo movimento em determinado intervalo de tempo, que deve ser constante entre cada repetição.
Ligado a esse sistema existe um controlador que compensa a energia perdida (transformada em calor, som ou dissipada de alguma outra forma). O controlador converte a energia recebida em pulsos regulares que são transmitidos a um mecanismo contador, que tem a função de expressar a passagem do tempo decorrido em uma unidade predefinida (por exemplo: horas, minutos e segundos). Por fim, o resultado de todo o processo é mostrado em algum tipo de indicador, de forma a “traduzir” a contagem.
Esse mesmo esquema se aplica tanto em um relógio de pêndulo quanto em um relógio digital, mudando apenas os componentes de cada fase. O controlador do relógio de pêndulo, por exemplo, é um sistema de molas que compensa a fricção e a resistência do ar no movimento do pêndulo, e o indicador são os ponteiros. Já no relógio digital, o controlador é o cristal de quartzo, e o indicador é o display de cristal líquido que mostra os números.
Vamos conhecer alguns exemplos da imensa variedade de relógios modernos que funcionam de acordo com esse mesmo princípio.
Relógio de Bolso
Tido como verdadeira joia e símbolo de aristocracia, o relógio de bolso surgiu por volta de 1500 na Alemanha. Era totalmente feito de ferro e movido a corda. Importante marco tecnológico da humanidade, permitiu a medição mais precisa do tempo, e é considerado um precursor de muitas outras invenções importantes.
Nos séculos seguintes o relógio de bolso se disseminou pela Europa e pelo mundo, mantendo sua aura e seu prestígio como objeto de desejo, símbolo de sofisticação. Muitas famílias mantêm relógios de bolso sendo passados de geração a geração. Até hoje alguns modelos são vendidos, sendo buscados por quem aprecia um objeto diferenciado.
Relógio de Pulso
Se foi a irmã de Napoleão Bonaparte ou o brasileiro Santos Dumont quem encomendou o primeiro relógio de pulso da História, ainda não podemos afirmar com absoluta certeza. Mas algo que sabemos é que a empresa Patek Philippe popularizou os relógios de pulso como adereços femininos, espécies de pulseiras ornadas com joias.
Eram feitos sob encomenda e, assim como os relógios de bolso, tornaram-se símbolo de status social. O século XIX foi o palco para a disseminação da moda do relógio de pulso. Moda que, diga-se de passagem, perdura até hoje, não importa quantas vezes tenha sido anunciado o seu fim.
Relógio Digital
A chamada Era Digital começou bem antes do auge das redes sociais. Ela teve início com os primeiros computadores, quando ainda nem existia a internet. Naquela época, os relógios já aderiam às vantagens do mundo binário, utilizando meios eletrônicos para controlar a passagem das horas.
Popularizados após as pesquisas da NASA para utilização de meios digitais de medição, os relógios digitais surgiram junto dos fornos de micro-ondas, dos primeiros telefones celulares e de outras maravilhas tecnológicas. Eles são alimentados por uma bateria e as horas aparecem num display, geralmente de cristal líquido. No início, quando a tecnologia ainda não estava bem desenvolvida, eles eram caros. Hoje são pequenos e baratos, produzidos em larga escala por indústrias chinesas. Devido à alta oferta, não são considerados elegantes.
Despertadores
Você não gosta dele, mas usa todo dia! Seja o alarme do relógio de seu celular, ou um modelo retrô/vintage de um modelo clássico, o despertador está literalmente ao seu lado quando você precisa de uma ajuda para acordar na hora certa.
Mas como ele foi inventado? Aí depende do que você considera o início. Os gregos, por exemplo, já usavam vasos de pedra que escorriam água para medir o tempo (as chamadas clepsidras). O filósofo Platão conta em seus escritos que utilizava uma espécie de apito em um vaso para o qual escorria a água da clepsidra. Quando a água atingia o limite, o apito emitia um som que despertava o filósofo. O sistema era usado para que ele não se atrasasse para as aulas que dava de madrugada.
Mas se quisermos ser mais precisos quanto à invenção do despertador propriamente dito, devemos adiantar nossos ponteiros para a Revolução Industrial. Um relojoeiro chamado Levi Hutchins confeccionou uma caixa de madeira com uma campainha que tocava sempre às 4h da madrugada.
Foi uma grande evolução, pois entre a ideia de Platão e a de Hutchins, muitas outras formas de despertar foram utilizadas: de tiros a litros de água bebidos antes de dormir (para ser despertado pela bexiga cheia). Do canto de galos aos chamados “batedores”, profissionais cuja função era bater com varas nas janelas dos trabalhadores na hora de acordarem.
A campainha de Hutchins, no entanto, não foi registrada. Coube, então, ao novaiorquino Seth E. Thomas o título de inventor do despertador. Ele patenteou sua pequena caixa de metal com um relógio programado para soar o alarme na hora escolhida. O mesmo princípio utilizado anos depois nos despertadores de cabeceira e também nos rádio-relógios. Isso aconteceu no ano de 1876. Agora você já sabe a quem culpar!
Calculadoras de pulso
A tecnologia digital impulsionada pela conquista espacial, e também pela Guerra Fria, fez com que no ano de 1975 surgisse o Pulsar Time Computer, um dispositivo que contava com quatro baterias: duas dedicadas à iluminação da tela e duas usadas para fazer cálculos automáticos. O aparelho contava com um teclado pequeno, e por isso era acompanhado de uma caneta para digitação.
Com o relativo sucesso do Pulsar, nos anos 80 outras empresas começaram a investir no desenvolvimento de relógios de pulso com mais funções que apenas mostrar as horas. Se você nasceu nos anos 80, provavelmente teve ou conhece alguém que teve um Seiko D409 ou um Casio CFX-400, ambos com recursos de calculadora científica (equipado com recursos de cálculos avançados – um tipo de “calculadora científica de pulso”).
Mas, na verdade, essas calculadoras de pulso só entraram em nossa lista porque foram as precursoras de um tipo de relógio muito mais importante, e que descrevemos a seguir.
Smartwatches
Personagens dos desenhos animados “Os Jetsons” ou “Inspetor Bugiganga”, ou de histórias em quadrinhos como “Dick Tracy”, já prenunciavam o advento dos relógios inteligentes. Nessas histórias, os precursores dos smatwatches já possuíam a capacidade de videoconferência através de uma rede sem fio, dentre outras funções.
Tendo ou não tido inspiração na ficção, o fato é que esses aparelhos se tornaram realidade, (ao contrário dos carros voadores!). Esses relógios são capazes de se comunicar com os sistemas operacionais dos smartphones, como Android e iOS (em alguns casos, como o Pebble, é possível conectar-se a ambos).
O feliz dono de um desses dispositivos é capaz de monitorar sua frequência cardíaca e marcar sua velocidade e distância percorridas por meio de um GPS integrado, tudo isso quando sai para correr no parque.
Outra função é a emissão de um sinal vibratório a cada mensagem recebida, desde que configurado para isso. Você já tem o seu?
À espera de um novo ciclo
Você acabou de conhecer um pouco mais sobre os diversos tipos de relógio existentes, que fizeram parte da história da humanidade, e continuam por aí, em paredes, mesas, pulsos e bolsos. A necessidade de marcar as horas impulsionou a inventividade do ser humano.
Cada época é marcada por um grande avanço, em todas as áreas do conhecimento. E isso também vale para os relógios. Quando se trata de precisão, não há limites. Qual será a próxima evolução na medição do tempo? uma coisa é fato: para sabermos, é só uma questão de tempo!
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